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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

                  A tireóide e o hipotiroidismo

Todos nós, homens e mulheres, temos uma glândula chamada tireóide. Dizem que lembra a forma de uma borboleta. Cerca de 5% da população* apresenta anomalias funcionais da glândula tireóide (ou tiróide, com forte predomínio nas mulheres. E eu sou uma delas.

Calcula-se que, no mundo, mais de 200 milhões de pessoas sofrem com alguma forma de doença da tireóide: inflamações; punções; nódulos (tirá-los ou deixá-los); sintomas como: perda de cabelo, alterações de peso, pele seca, insônia, humor, cansaço, lapsos de memória, câncer, síndromes e vários outros distúrbios, tanto físicos como emocionais.

Em crianças, pode causar ainda atraso do crescimento e, se não tratado, deficiência mental importante. É uma doença auto-imune, auto-agressora. Às vezes, dá tanto trabalho em quem tem o problema como para os que convivem com quem tem.

Tireóide é uma glândula localizada na região anterior do pescoço que possui importante papel no controle do metabolismo do organismo. Ela produz os hormônios tireoideanos (T4 e T3), que modulam a velocidade com que a energia será consumida. A glândula tireóide é estimulada a produzir o T3 e T4 por outro hormônio, o TSH (hormônio tíreo-estimulante ou tireotrofina), produzido na Hipófise (glândula situada no cérebro). A glândula tireóide pode produzir hormônio demais (hipertireoidismo), ou de menos (hipotireoidismo), fazendo o corpo usar energia mais lentamente do que deveria.

A Hipófise, por sua vez, é estimulada a produzir o TSH por outro hormônio ainda, o TRH (hormônio liberador da tireotrofina), este produzido no Hipotálamo (uma área do cérebro).

O hipotiroidismo


De um modo geral, o hipotireoidismo mais comum é do tipo primário, geralmente causado por uma tireoidite de Hashimoto, que se caracteriza por uma inflamação crônica da tireóide ocasionada por anticorpos que atacam a própria tireóide (doença auto-imune). Algumas pessoas já nascem com hipotireoidismo (congênito).

Em geral, os sinais físicos e psiquiátricos, sobre tudo se o hipotireoidismo é diagnosticado precocemente, melhoram com o tratamento hormonal substitutivo.

Os principais sintomas do hipotireoidismo são os seguintes:

Bócio;
Aumento de peso;
Cansaço crônico;
Depressão, dificuldade de concentração e lapsos de memória;
Dificuldade de raciocínio;
Pele ressecada, cabelos ásperos e quebradiços;
Constipação intestinal (prisão de ventre);
Anemia;
Dificuldade para engravidar e abortamentos;
Inchaço de tornozelos e face;
Colesterol elevado;
Dor e fraqueza muscular;
Dores nas juntas.

Muitas pessoas não têm a sorte de serem diagnosticadas corretamente e vagam de médico em médico procurando uma solução para os sintomas que sentem. No meu caso em particular, vaguei em neurologistas, psiquiatras, clínicos gerais, tomei remédios errados, tarja preta, até que uma endocrinologista em 2002, ao me ouvir descrever os sintomas fez o diagnóstico correto (cujos exames comprovaram). E assim há 7 anos e para sempre estarei em tratamento contínuo. Assim como todos aqueles que tem disfunção da tireóide devem fazer para o resto da vida.

Por teimosia, já deixei de tomar o remédio, ao fazer a conta insana de que por mais de dez anos com uso contínuo, tomando 1 comprimido por dia eu já havia ingerido cerca de 3.600 comprimidos e uns 300 quilos de levotiroxina (hormônio este não mais produzido pela glândula tireóide, e que deve ser reposto diariamente). Então já devo ter sarado! – pensei. Ledo engano, não se sara, não há cura, há sim tratamento e que bom que existe! E sem a medicação por alguns dias foi o suficiente para voltar à estaca zero que além da volta de todos os sintomas, voltaram com maior intensidade. Recentemente em outra recaída, quatro dias sem a medicação tomei algumas atitudes que depois me arrependi, todas ligadas a questão emocional e depois dormi um dia inteiro sem ter forças para levantar.

O preço da medicação é baixo, comparado a outros remédios de uso contínuo. Existem marcas diferenciadas com preços acessíveis. O SUS realiza o exame, em postos de saúde onde se faz a coleta do sangue. Antes é necessário consultar um médico para obter o pedido dos exames TSH, T3 e T4.

A dosagem correta da medicação é difícil de acertar, às vezes tem de ser aumentada ou diminuída, mas só o exame TSH é que vai determinar. Quem toma uma dosagem abaixo da necessária, não faz efeito nenhum. Se a dosagem está muito alta, corre-se o risco de virar hipertiroidiano além de ter os efeitos como insônia, taquicardia e agitação. Por isso, a cada 6 meses são necessários novos exames. Para pessoas já operadas eu fui operada 2 vezes em um mes com diagnostico maligno (com nódulos benignos ou malignos) a recomendação pode ser até antes desse prazo.

Diagnosticar, tratar, tomar o remédio todos os dias em jejum e esperar uma hora antes de se alimentar. Obter conhecimento sobre a doença e ter perseverança, com certeza melhora a qualidade de vida e das pessoas que estão à sua volta e você ficará com disposição, tal qual uma borboleta.
                    SUZY LOUREIRO FRAGOSO
câncer papilifero e

câncer papilifero folicularhá á 7 anos.

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