minhas músicas

terça-feira, 22 de novembro de 2011

                                         Ela e suas asas...



A eternidade é pouco comparada com aquele momento que dura da sua partida, até o momento do seu retorno.



Ele abriu os olhos e viu que ela se vestia. Olhou aquele corpo que conhecia tão bem... a pele morena, os pelinhos em volta do umbigo e sorriu ao ver o quanto ela combinava com aquela calça jeans. Se fechasse os olhos ainda seria possível sentir o toque daquelas mãos pequenas a percorrer-lhe o sentir.
Ela o olhou e sorriu. Aquele sorriso de cumplicidade, boca que continha traços dele. Terminou de se vestir e amarrou os cabelos, prendendo a franja de lado com uma margarida. Ele constatou: Sua mulher, tão menina...
Ela calçou a sandália delicada que mostrava sua tatuagem de borboleta, perfeita pra meninas sem asas. Ele entendia toda distância que ela procurava manter, se a tivesse por perto a puxaria para si e recomeçaria aquela dança onde roupas são absolutamente desnecessárias.
Contornou de leve os lábios com um batom lilás, colocou o relógio e o olhou, com aqueles olhos intensos, tudo que ele sabia dela vinha dali, sem ela precisar dizer uma palavra. Jogou-lhe um beijo de longe, dizendo: "Tô indo amor, fica bem, come direitinho e pensa em mim."
Ele fez cara de menino manhoso e ela cedeu. Aproximou-se deu-lhe um beijo na boca e disse: " Te daria todos os beijos do mundo, mas tenho que ir. E ele queria os beijos. Todos. E antes de qualquer outra sílaba ela atravessou a porta, deixando no ar o seu perfume que só quem a tem, sente. E seus olhos deixaram de ser presenteados com a visão daquela que ele imaginava por todo o resto dos dias em sua companhia.
Foi-se a sua mulher, a menina que ele pensou não ter asas.

Toda vez que se diz tchau, o coração em silêncio tece uma prece dizendo: Volta!

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