ENCERRANDO CICLOS
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
As coisas passam, e o melhor que podemos fazer é deixar que elas realmente possam ir embora.
Por isso é tão importante "por mais doloroso que seja" destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que temos.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível e do que está acontecendo em nosso coração.
E o desfazer-se de certas lembranças significa, também, abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas. Portanto, às vezes ganhamos e às vezes, perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor.
Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo. Diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era e se transforme em quem és.
Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, e lembra-te : tudo o que chega, chega sempre por alguma razão, pois nada é por acaso.”
Fernando Pessoa
A certeza de que na vida nada acontece por acaso nos leva a pensar na importância de não nos determos no passado, vivendo o que já foi como se ainda tivéssemos a chance de buscá-lo de volta para nós.
Muitas vezes, nos fechamos em copas para o mundo, tornando-nos amargos e de difícil trato. Ou ficamos saudosos, tristonhos, amargurados e com um grande sentimento de culpa por algo que aconteceu, mesmo sem termos tido alguma participação no fato.
Na verdade, estamos promovendo, dentro de nós mesmos, uma desaceleração de forças bioenergéticas que, fatalmente, nos levarão a algum problema de saúde. A saudade, a tristeza, a amargura e muito mais ainda, o sentimento de culpa afetam o equilíbrio emocional e nos deixam vulneráveis, pois quanto mais nos preocupamos com coisas que já não mais existem de fato, estaremos deixando de vivenciar, com certeza , as maravilhas que a vida nos mostra a cada instante.
Precisamos aprender sabiamente a encerrar ciclos. Ninguém vive do passado. Nem do futuro e, sim, para o futuro. Portanto, interessa-nos o presente, ou seja, aquilo que vivemos e convivemos no dia a dia, fortalecendo laços de amizade, companheirismo, cumplicidade e amor com aqueles a quem somos afetos e, também, com nossos desafetos.
Desenvolvendo este pensamento, estaremos abertos para os eventos que esta jornada terrena nos cobra, pois somos nós, eu e vocês que agora estão lendo esta mensagem, os responsáveis pelo comportamento moral e intelectual que haveremos de ter, a fim de nos tornarmos os autores de nossa história.
É muito importante que saibamos perdoar-nos. Costuma-se dizer que, para amar aos outros é preciso, em primeiro lugar, amar-se a si próprio. Com o perdão, ocorre o mesmo. Como podemos perdoar àqueles que nos fazem sofrer, seja porque motivo for, se não somos capazes de perdoar-nos por coisas que cometemos e que ficam martelando em nossa mente, trazendo tanto prejuízo à nossa saúde?
Olhemos a vida e tudo o que ela nos descortina, por outros planos. Há tantas coisas lindas no mundo que, se tivermos olhos de ver e ouvidos de ouvir, saberemos curtir até com devoção, pois Deus criou tudo tão belo e perfeito que é impossível não maravilhar-nos, por exemplo, com uma criança ao nascer, com o desabrochar de uma flor, com a chuva caindo mansa, com o sol a nos receber a cada manhã, com as estrelas a bordar o firmamento à noite, ...
E é assim que Deus nos quer. Que sigamos nossa caminhada com paz, com luz, com força de vontade para vencer os obstáculos e que vejamos nosso irmão como se estivéssemos diante de um espelho, enxergando a nós mesmos. Não nascemos do mesmo Pai? Não voltamos para a mesma morada, no final dos capítulos de nossa história terrena? Pobres ou ricos, feios ou bonitos, baixos ou altos, somos criaturas D'Ele.
Deus nos criou com tal perfeição, que cada órgão de nosso corpo trabalha, ou deveria trabalhar, incessantemente por muito tempo. Cada partezinha de um órgão se encaixa e tem ligação com outro, de igual ou maior importância. É um universo dentro do Universo. E o ser humano ainda busca a desintegração desta maravilha através de drogas lícitas e ilícitas, num repúdio ao próprio corpo, dizendo-se sem coragem de enfrentar a vida.
E vemos, pelas ruas e calçadas das nossas cidades, pessoas com sérios problemas de locomoção, aleijados, crianças pedintes que, se comparados aos problemas daqueles que destroem suas vidas com os vícios, deveriam fazer o que? E aqueles que padecem sobre uma cama de hospital, sem cura para seus males, e outros tantos mais?
Que através de nossa coragem, da fé que nos fortalece, do amor que nos enobrece e nos molda o espírito, saibamos que estamos comprometidos com nosso presente, pois dele dependerá a tranquilidade no porvir que nos espera.
Que assim seja!
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