minhas músicas

quarta-feira, 14 de setembro de 2011


                     Vocação para a Felicidade

Não escreverei versos chorosos cantando tristezas infinitas, amores impossíveis, saudades dolorosas, paixões trágicas e não correspondidas.
Tenho a vocação para a felicidade. Ser feliz não me traz sentimento de culpa. Não preciso da tristeza para justificar a inutilidade da vida.
Não preciso morrer e ir ao céu para encontrar a felicidade. Quero-a e tenho-a neste espaço terreno do aqui e do agora.
A felicidade, tal e qual, o amor está dentro de mim e transborda em ternuras, em melodias, em carinhos, em alegrias, em cantos e encantos.
Sou feliz e não preciso me justificar. Sorrio sem ver passarinho verde. Não tenho medo de ser feliz.
Faço minha estrela brilhar sem receio dos encontros, desencontros, encantos e desencantos que o amor me diz.
Contrariedades? Eu as tenho! E quem não as tem na vida secular? Escassez de dinheiro? Nem é bom falar.
Amores não correspondidos? Separações? Rejeições? Saudades incuráveis?
Carinhos  reprimidos, ternuras guardadas,  sem a contra parte  do outro?
Eu tenho aos montões. Sou o rei das perdas, necessárias ao meu crescimento. Contudo quem não soube a sombra não sabe a luz.
E num livro de matemática existencial juntei todos esses problemas insolúveis, com as respostas nas últimas páginas.
Mas pra que me debruçar sobre eles, procurando a solução se a própria vida me conduz a resposta final?
Sem medo de ser feliz vou por aqui e por ali... Por onde os caminhos, as trilhas, os atalhos me levarem, traçando meu rumo.
Às vezes com alguma tristeza, mas quem disse que felicidade é o contrário de tristeza? Tristeza é só uma momentânea falta de alegria!
É, amigo, amanhã é sempre um novo dia e quando a infelicidade passar por aqui, minhas malas estarão prontas para eu ir por ali.

Carlos Drumond de Andrade

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