minhas músicas

sábado, 9 de junho de 2012

                   A PROFESSORA E AS CRIANÇAS
Professora chegou cedo em minha casa.
Trazia o mesmo olhar de sempre que expressa bondade e compreensão e apresentou uma série de textos (o olhar dela brilhou!) dos seus pequenos alunos.
Em sua voz transpareceu toda sua dedicação, toda a sua alegria em ver o trabalho de seus petizes aprendizes ali em minha mão. E, seu discurso veio como um forte alazão que carregava em suas costas todo o amor pela profissão, pelas crianças, por ensinar, por poder despejar amizade e afeto ao seu redor, entendi rapidamente que não eram textos que ela me entregava, eram pedaços vivos de seu amor pelas crianças, pelas letras, pela educação.
Não tive dúvidas desde o primeiro momento que minha responsabilidade se agigantava. Não pelo aspecto de tecer observações sobre textos, para quem os lê em profusão feito eu e tem idéias (desprezando o mérito delas) isso se torna tarefa fácil.
A questão era que eu recebia algo muito valioso, Professora  me entregava um tesouro, e, desta forma eu recebi, e desta forma me atirei sobre os textos entregando a mesma alegria que ela, a mesma dedicação.
Não importa qual será o resultado de minha apreciação, sei disso desde agora, quando ainda repouso na alvorada dos trabalhos e o crepúsculo desta tarefa é um sonho de amante. Esta missão se tornou demais valiosa para mim, Professora Marinete não me outorgou responsabilidades, ela me ofertou parcela de sua felicidade, bendita seja.
Independente do que eu leia ou diga, o maior tesouro não está nos textos das crianças, que pode ser de um Balzac, Machado de Assis, quiçá um Drummond ou Neruda, isto soa irrelevante, agora, diante do bem maior que enxergo através da pele suave de minha sensibilidade.
O que há de mais belo é o amor que se vê em tudo isso, da Professora para com as crianças, das crianças para com a Professora . E, quando a gente ama de verdade uma pessoa, a gente dá para ela dedicação, compreensão, sacrifício, busca sempre aquilo que se acredita que seja o melhor para quem se ama.
Eu me senti lisonjeado e agradecido por ter sido o escolhido para esta missão e tentei me espelhar na Professora em sua execução.
Enchi-me de amor, de carinho, de apego ao que importa e desapego ao que é vão e comecei a leitura e, nessa hora, percebi em mim que meus olhos brilhavam, que meu coração se enchia de amor e que olhava para os textos das crianças como se fosse um pai, como se fosse um anjo abençoando cada um deles – fiquei tão feliz, de algum jeito, de alguma forma me aproximei da Professora  e fiquei parecido com ela e isso me fez mais feliz.
Todos eles já são vencedores, quem ama sempre é vencedor, independente do que o mundo acredite e aceite. A beleza dos textos pode ser enganosa, a beleza de modo geral pode ser uma viciada armadilha que adoramos cair, mas, o amor não, ele é verdadeiro e jamais engana.
Os textos e as crianças serão sempre lindos, para mim, para a Professora  e para todos aqueles que as amam de verdade – o amor descarta armadilhas, falsidades e coisas do gênero; o amor mostra somente a beleza, do jeito que ela é, sem falsas aparências e conceitos mundanos.
Copiemos todos o exemplo que nos é dado neste instante pela Professora  e pelas crianças.
Alunos, amem seus professores!
Professores, amem seus alunos!
E todos nós nos amemos uns aos outros!

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