Fecho
os olhos e no universo propago-me, parte de mim em que antes solitária e
sombria, hoje estendida em lençol macio, transparente e claro... Já não estou
mais sozinha, há um Sol que me ilumina e na sua luz, eu divago... As palavras me
tomam secas na garganta, quando o Sol que me acompanha me enseja a sede,
inspirando para que eu me levante, diz-me que não estou sozinha, é o deserto
quarando o pano para o deleite comigo, quem eu amo... A saudade faz doer, como
se fosse um rever de um tempo que me domina, nem era eu tão menina, era rosa
desabrochando nas manhãs que descortinam... Quisera memórias me ditassem os anos
ou as folhas das páginas do que fui um dia, se foram de sonhos ou de desenganos
a justificar as minhas nostalgias... Andei perdida e hoje me encontro pelos
remos da poesia, a bússola me foi o balanço de jeito simples como o coração
dizia, que os sinais na travessia outrora determinantes, são de relevos
frisantes, que eu mesma deixei um dia...
Então
que me valham...
Que
me valham todos os perfumes a não saber o nome da rosa, todas elas em suas cores
diferentes chegando airosas... Que me valham todas as estrelas, pois que são
formosas, de perto ou distante, miúdas ou graúdas, todas elas deslumbrantes,
grandiosas... Que me valham todas as asas, nas alturas ou rasteiras, como as
nunca vistas antes, como as ditas costumeiras... Que me valham todos os
plantios, os que alimentam e os indigestos, as ervas que a mim acalmam e as
daninhas quando peco... Que me valham todo o universo da realidade criada e da
medalha os reversos, quando deles eu me inspiro na soltura dos meus versos. Que
me valham todas as coisas, por todos os sins, também pelos nãos, por opção das
escolhas e as lutas por libertação...
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