
Um dia foi meu, em outros tempos me esqueceu. Várias vezes sonhei, mas jamais imaginei que passados pudessem se tornar presentes.
Onde acabou? O que faltou?
Por que voltou? Por que foi embora?
As lindas frases, as loucas vontades, os grandes desejos, os riscos que valiam a pena, os devaneios sem medo, por que, na verdade, o que sempre foi (e vai continuar sendo) importante é o desejo que nos devora por dentro sem nenhum remendo, sem consequências. Na realidade, no fim sempre se teve cuidados para que o nosso passado (que até pouco tempo era novamente o nosso presente), não fosse uma notícia bombástica ou se quer um breve comentário.
Para todas as horas sempre houve um jeito, alguma forma, desculpas, escapadas, independente do dia ou do momento. Mas, de repente, a desculpa se tornou difícil, a forma já não era válida, a escapada se tornou impossível e o jeito já não era mais eficaz.
O que fui para o passado? Um objeto, um passatempo, algo que pode ser utilizado a qualquer momento ou será que fui uma espécie de última opção e, consequentemente, algo difícil de suportar depois da necessidade superada?
O passado não sabe o que são sentimentos, nem se quer consegue ser humilde, apenas tem certeza de que pode voltar quando quiser e ir embora quando não mais precisar de você (justamente quando mais precisamos dele).
Existe alguma substância que te traz e te leva, mas que sempre deixa vestígios de sua passagem e, que mesmo com qualquer tipo de consequência, deixa sempre no ar a vontade de recomeçar e de ter nem que seja os farelos de você (meu passado).
Cenas vão e vêmsem o mínimo de controle sob a mente. Lembranças que, mesmo se pudessem ser guardadas em um cofre, ultrapassariam facilmente qualquer material de aço ou maior consistência.
Momentos marcantes e inesquecíveis que somente “você” e o “passado” sabem, na verdade, o quanto e até que ponto a felicidade pode chegar. Era inimaginável que o passado pudesse fazer a felicidade do presente, mas também inesplicável como a consequência poderia ser tão destrutiva. Mas nunca vai haver destruição que acabe com as lembranças mais incríveis, mais lindas, mais gostosas, mais inesplicáveis, surpreendentes e tão vivas.
Pra você, passado, eu só posso dizer que fostes tudo que imaginei e também foi muito mais do que sonhei.
Algo me diz que você, meu passado, estará sempre fazendo parte do meu presente independende de qual seja a situação.
Passado, você é a única coisa que me faz rir, chorar, ficar no chão acabada e destruída, mas que, ao mesmo tempo, me levanta, enxuga minhas lágrimas, me mata de rir e me reconstrói tão rápido (num simples gesto).
“Passado, um dia você vai entender o quanto és importante para me manter firme.”
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