minhas músicas

terça-feira, 24 de maio de 2011



Acredito que ainda existam seres iluminados,
em algum beco do mundo, em alguma viela
da cidade...
Porque nada neste mundo pertence-me...
Então, despojo-me dos andrajos do mundo,
limpo-me dos medíocres da terra.
Tenho subido aos montes, tenho descido ao
inferno das míseras almas, mas o meu cajado
foi firmado no solo dos que olham adiante e
veem que há uma promessa a ser cumprida.
E eu preparo o meu coração para a semente
que irrompe destemida, porque a liberdade
da justiça ninguém estanca, na escolha do
Altíssimo ninguém esbarra.
Depositei minha alma no sacrário dos que
almejam a salvação, mas sou apenas um
pobre peregrino neste planeta de desmandos
humanos.
Por isto, eu abro o meu peito à batalha, abro os
meus olhos ao sol da eternidade e aguardo a
chuva que regenerará os que buscam o prado
do Pai nesta seara do mundo iníquo que vivemos.
E sei que os meus olhos testemunharão a grande
mudança e o meu coração encontrará repouso.
Tenho batalhado nas arenas dos torpes e o meu
aprendizado tem sido pela espada que sangra e
que também cicatriza. Mas, eu espero no Senhor,
Deus de toda honra e glória imortais, pois que
o seu fogo eterno livra, cura e liberta, amém.
Eu vi pelo caminho um jovem chorando...
E o meu coração contrito viajou pelo etéreo do
tempo, aquele que não cala em nós
O vento levantava violentamente a poeira, mas
a chuva da purificação preparava os campos para
nova jornada;
Onde esconderam a seara dos bons?!
O dia a dia é forja para aqueles que enfrentam o
aço mendaz dos egoístas ignaros, mas o meu trajeto
eu cortei na estrada, eu sulquei com a têmpera
dos que querem a transformação.
Eu vi pelo caminho um jovem chorando...
Atordoado pelos longos e altos muros de pedras,
ensandecido pela dor da desesperança que
habita a terra. E eu lembrei das crianças descalças
nas ruas, pedi por todos aqueles que dormem nas
calçadas.
Eu tarjei em meu peito o relicário dos sonhos,
entoei em meu coração a música das estrelas,
porque só as luzes do alto iluminam a solidão das almas.
Eu vi pelo caminho um jovem chorando, constatei
que por nossa ignorância não compreendemos a vida
e não apreendemos a existência, e não percebemos
o outro.
Eu vi pelo caminho um jovem chorando e reconheci-me
nele nas horas de tristezas, nas perdas sem volta que tive,
nos atalhos das incompreensões humanas que vivo.
Eu vi pelo caminho um jovem chorando e li em suas
lágrimas uma mensagem de PAZ...

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