Temos por hábito, para facilitar o entendimento e a comunicação, separar e catalogar tudo que existe. Cadeira, cama, armário e mesa são móveis. E para serem catalogados como móveis, precisam ter algumas caracteríscas, porque caso não tenham, são catalogados em outra categoria de objetos.
Pessoas também são catalogadas por nós, e aí está o início de um problema que faz muito dos dramas que existem. Por que? Porque pessoas não podem ser catalogadas. E por que não? Porque não existe uma só pessoa igual à outra. A gama de sentimentos, de níveis de sentimentos, de percepções e experiências são tão diversas e tão *individuais*, que não há como catalogar alguém em uma categoria, porque é impossível para nós sondar-lhe o íntimo ao ponto de sermos justos em um julgamento. Não temos capacidade nem cognitiva, nem emocional, nem espiritual para julgar o íntimo de quem quer que seja, por mais sensíveis que sejamos, para termos a possibilidade de catalogá-la. No entanto nós tentamos fazer isso, porque temos necessidade de catalogar. A própria ciência que estuda o psiquismo humano faz isso, mas agora, no século XXI, com estudos mais aprofundados e técnicas antigas mais aprimoradas, as idéias dos antigos gênios começam a ser melhoradas por novos gênios, e pouco à pouco a ciência compreende e nos mostra que o ser-humano não pode ter seu íntimo acoplado à modelos pré-determinados, não pode ser tratado como uma equação física, aquela que os físicos e astrônomos fazem para compreender o Universo. Por quê? Porque somos os seres inteligentes do Universo, e a inteligência essencial do ser é a emocional, e para ela não há matemática exata. Nossa inteligência emocional transcende a cognitiva, e por isso mesmo que já vimos homens cognitivamente geniais terem atitudes das mais irracionais quando estavam diante de seus sentimentos. Da mesma forma que vimos pessoas analfabetas terem atitudes dignas de gênios do amor e da sabedoria.
Na ânsia de catalogar as pessoas, nós acabamos formando modelos de perfeição e de imperfeição. Modelos de personalidade e reações. Modelos de níveis emocionais. Enfim, enchemos o Universo Íntimo de rótulos que surgiram da nossa capacidade imperfeita e falha de observação, porque mesmo o mais genial dos homens não é perfeito. Perfeito só houve um, e Ele não catalogou ninguém, pelo contrário, amou à todos incondicionalmente. Buscou justamente aqueles que estavam catalogados num modelo que todos desprezavam, e os chamou para ajudá-lO a mostrar ao mundo que diante do Amor não há modelos e coisas impossíveis. Com seu Amor, transformou simplórios e analfabetos pescadores, em sábios que mudaram a História, e até hoje libertam almas. Mostrou para quem quisesse ver, que a capacidade de amar é a essencia do ser espiritual. Mostrou que a própria psicologia é ainda efeito do nível de amor que existe no ser. Quanto mais ele aprende a amar, quanto mais ele se aprimora nessa Arte, mais maduro psicologicamente ele fica, mais feliz e bem resolvido consigo mesmo e com os outros. Mais sábio ele fica e mais capaz de viver bem, e de fazer os outros felizes.
*tudo* em uma única frase:
"Amar à Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo".
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