Uma das coisas que gosto, quando a preguiça de fazer algo útil me abraça, é espiar os motivos que levam as pessoas a visitarem meus blog
Paz

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Ela veio nas asas de um pássaro.
Floco de algodão e nuvem,
pairou por um instante
sobre um pensamento
como quem flutua
sobre o vento.
Dançou círculos no ar
numa leveza de essência,
ornou-se de alvura e luz
e enterneceu as horas.
Então pousou,
suave e silenciosamente,
sobre um fôlego do tempo.
Paz.
Aliados

...Então andamos de mãos dadas, naquelas estradas que um dia trilhamos em sonho.
Caminhamos jardins, colhemos flores e sorrisos e perfumamos de primavera todas as tardes de outono.
Banhamos de sol nossos medos e segredos e encantamos nossos olhares que se encontraram em promessas muito maiores do que todos os nossos tempos puderam imaginar e muito mais próximas do que todas as nossas distâncias teimaram ser.
E por quantas vezes nos vimos a colher estrelas e contá-las, fazendo-as nossas, infinitas e eternas.
...Então andamos de mãos dadas, acima de todas as nuvens. E sem temer as tempestades abaixo delas, nos fizemos felizes.
Eu sei, talvez...

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É lenta a força que me leva adiante a tentar desfazer os dias, as palavras e os gestos, a desejar não me ferir mais uma vez nessa esperança em ruínas, a tentar esquecer de vez o custo, o peso e a agonia desse meu passo cansado de percorrer o amor de forma tão sincera, cuidadosa e vulnerável.
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Mesmo assim insisto e vou, a disfarçar os tropeços e a tentar não me deixar abater pela certeza de que sempre haverá o espanto, a brisa fria das verdades tecidas, a propositada investida das vozes agudas a emudecer a minha e a espraiada ironia dos risos fáceis a apagar o meu.
(Se ao menos eu pudesse derramar sobre a razão, gota a gota, essa sensação que me faz covas no peito, talvez conseguisse, ainda uma vez, desenterrar a alma.)
Eu sei, talvez, que como o tempo, tudo passa.
Eu sei, talvez, que é só por hora que permaneço aqui, na estridência desse silêncio, a desviar os olhos dessa clareza cortante, a fingir que há um lugar onde os instantes se apagam e toda a memória adormece.
Mas e a dor, como se esquece?
Mesmo assim insisto e vou, a disfarçar os tropeços e a tentar não me deixar abater pela certeza de que sempre haverá o espanto, a brisa fria das verdades tecidas, a propositada investida das vozes agudas a emudecer a minha e a espraiada ironia dos risos fáceis a apagar o meu.
(Se ao menos eu pudesse derramar sobre a razão, gota a gota, essa sensação que me faz covas no peito, talvez conseguisse, ainda uma vez, desenterrar a alma.)
Eu sei, talvez, que como o tempo, tudo passa.
Eu sei, talvez, que é só por hora que permaneço aqui, na estridência desse silêncio, a desviar os olhos dessa clareza cortante, a fingir que há um lugar onde os instantes se apagam e toda a memória adormece.
Mas e a dor, como se esquece?
Passado
Do que eu diria ao passado já se apagaram os pormenores.
E talvez nada tenha a dizer.
Até porque algumas palavras já se tornaram
E talvez nada tenha a dizer.
Até porque algumas palavras já se tornaram
só um borrado indecifrável, como pensamentos articulados
pateticamente numa carta antiga que alguma coisa molhou
e o tempo se encarregou de secar.
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Houve um tempo em que até diria
[ao passado]
que ele não se deu conta de coisas importantes.
[ao passado]
que ele não se deu conta de coisas importantes.
Não cuidou de lealdades, de trocas justas.
Escolheu facilidades, superficialidades,
emoções fúteis e disponibilidades.
Não valorizou dedicações
e fez pouco caso de sentimentos e sinceridades.
Até diria que seu engano maior foi menosprezar razões,
subestimar inteligências
e acreditar demais em si e no que julgou perenidade.Mas corre o tempo e tudo muda.
E há dias aos quais não se deseja voltar.
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O que tenho a dizer
[ao presente]
é tudo o que agora importa.
O que tenho a dizer
[ao presente]
é tudo o que agora importa.
Já era hora de ser assim.
Já era hora de sorrisos e mãos dadas.
De falar sobre a maciez das coisas.
De ver claro e de frente, sem a luz ferir os olhos.
De caminhar suavemente pelas emoções,
sem raivas e sustos,
sem ironias escondidas em cantos escurecidos.
sem ironias escondidas em cantos escurecidos.
De fazer planos e esperanças,
de partilhar confianças e verdades.
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Já era hora de percorrer
[o futuro]
como um caminho largo de amor e vida.
E de abraçar as felicidades que me fazem virar as costas,
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Já era hora de percorrer
[o futuro]
como um caminho largo de amor e vida.
E de abraçar as felicidades que me fazem virar as costas,
tranquila e silenciosamente, àquela sombra que deixei pra trás.
Ao presente, dou certezas.
Ao futuro, mãos estendidas.
E ao passado, indiferenças e silêncios.
Que é onde cabe tudo o que não precisa ser dito.Ao presente, dou certezas.
Ao futuro, mãos estendidas.
E ao passado, indiferenças e silêncios.
Hoje
O relógio do lado, o acordar demorado, a preguiça, a coberta, a cortina entreaberta, molhada a vidraça, a rua e a praça, as nuvens ao léu, o cinza do céu, suave garoa, a brisa tão boa, a cor do jardim, a gota, o jasmim, a hora acordando, a vida chamando, o tempo bem-vindo, o dia, que mesmo chovendo, parece tão lindo!
(Um pensamento florido, um olhar comovido. Porque existem coisas com tanto sentido?)
(Um pensamento florido, um olhar comovido. Porque existem coisas com tanto sentido?)
E depois...

Quando a vida passar, eu vou poder dizer que tentei.
Tantas vezes que até me esqueço.
Vou poder dizer que coloquei,
em cada tentativa,
todas as primaveras possíveis.
E se, no final,
eu não chegar com os braços e o olhar floridos,
vou lembrar que meu coração cultivou jardins.
E vou sorrir,
ao sentir o aroma que ficou nas mãos.
Definitivamente...
A minha memória é como um dia de chuva.
Se há uma rua deserta e gotas na vidraça embaçada,
há também o riso puro,
a alegria a escorrer na face
e a emoção criança,
em sua eterna teimosia de querer brincar no tempo...
há também o riso puro,
a alegria a escorrer na face
e a emoção criança,
em sua eterna teimosia de querer brincar no tempo...
suzy loureriro fragoso
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