Sentado na Rocha
Se pudesse sentava-me na minha rocha dia e noite, fizesse sol, fizesse chuva, e retirava os ponteiro do relógio e ponha-os a descansar algures no infinito do oceano para poder ter tempo para pensar e tornar a pensar até encontrar uma solução, uma saída. Agora que o relógio estava desarmado seria mais fácil!
Durante o eclipse das horas, as memórias que abanam os atalhos do labirinto surgiriam como "flashes" das máquinas fotográficas dos "paparazzis", chegando a impedir os meus braços e as minhas mãos de desviarem a densa ramagem que se me imponha, que me encandeava o caminho deixando-me à deriva e sem conseguir avançar.
Por mais que custe, por mais absurdo, por mais triste, por mais inesperado, haverá um dia em que a ave terá de sair do ninho e descobrir como é o mundo lá fora e terá de usar as suas próprias asas para poder planar e voar, para poder manter-se no ar porque o ninho não será grande suficiente para albergar a próxima postura.
Vou procurar o meu relógio...
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